Segundo Governo Vargas (1951-1954)
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Agosto de 1945: protestos pela morte de Getúlio no Centro de Porto Alegre
Movimentos e conflitos sociais
Revolta da Chibata
Logo após assumir a presidência da República, o marechal Hermes da Fonseca enfrentou, entre 22 e 27 de novembro de 1910, uma sublevação de marinheiros de várias embarcações ancoradas na baía de Guanabara, as mais poderosas unidades da esquadra brasileira. Sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto, a Revolta da Chibata, como ficou conhecida, visava conseguir o fim dos castigos físicos na Marinha, que, embora abolidos legalmente nos primeiros dias da República, continuavam em vigor. Os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade. No dia 26, o governo anunciou aceitar suas exigências e decretou a extinção dos castigos físicos e a concessão de anistia aos que se entregassem.
Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado eclodiu no sul do Brasil em 1912, e estava relacionada aos limites territoriais entre Paraná e Santa Catarina. O conflito surgiu da reunião de fiéis em torno da figura carismática de José Maria, curandeiro e rezador a quem a população do planalto catarinense denominava monge. O superintendente do município de Curitibanos, temendo que o monge lhe fizesse oposição política, denunciou ao presidente do estado Vidal Ramos a aglomeração de pessoas em torno do pregador, apontando-as como fanáticos que pretendiam proclamar a monarquia no Brasil.
Em consequência, o presidente do estado organizou uma diligência policial. Antes da chegada da força, o monge se deslocou para Irani, pequena localidade pertencente a Palmas e objeto de litígio entre Paraná e Santa Catarina. A chegada do monge a Irani despertou o receio de que ele e seus seguidores pretendessem tomar posse de um território contestado judicialmente. O presidente do Paraná enviou um destacamento de segurança para expulsá-los. No confronto morreram soldados, seguidores do monge e o próprio José Maria. Formou-se então um movimento com programa e características messiânicas, que passou a agregar opositores dos coronéis locais, desempregados da ferrovia, fazendeiros interessados na questão dos limites territoriais e aventureiros.
A partir de 1913 o governo catarinense montou expedições militares para liquidar com o movimento na localidade de Taquaruçu. O massacre fortaleceu o movimento. Em 1916, uma incursão militar com sete mil homens derrotou definitivamente os adeptos da Santa Religião. Assim chegou ao fim o conflito no sul do Brasil e foi assinado o tratado de limites territoriais entre Paraná e Santa Catarina.
Sedição de Juazeiro
Os choques que ocorreram em 1913-1914 entre o governo federal e as oligarquias cearenses deram origem à chamada Sedição de Juazeiro, que envolveu o padre Cícero Romão Batista e teve início logo após a chegada de Venceslau Brás (1914-1918) à presidência da República.
Por iniciativa de padre Cícero Romão Batista, que no fim do século XIX se instalou em Juazeiro, no município do Crato, situado no vale do Cariri, no Ceará, a região conheceu grande desenvolvimento econômico, com a produção de algodão e de maniçoba destinada ao mercado internacional. Para lá se dirigiram milhares de fiéis em busca de melhores condições de vida e do conselho do padre Cícero, tido como milagreiro. Eram pessoas das mais diversas classes e com interesses diferenciados: comerciantes, bandidos, desabrigados e miseráveis provenientes de diversos estados, em sua maioria do Nordeste.
O crescimento populacional e comercial de Juazeiro fez com que a cidade reivindicasse sua autonomia política do município do Crato. As negociações para uma separação pacífica não foram bem-sucedidas, e o tema dividiu os coronéis dos municípios vizinhos.
A eleição de Franco Rabelo para presidente do Ceará deu início à perseguição aos seguidores do padre Cícero, sob a acusação de que ele abrigava bandidos em Juazeiro. Tropas estaduais tentaram invadir Juazeiro, mas a resistência dos fiéis, que cavaram uma trincheira de 9 km em torno da cidade, aliada ao ataque dos cangaceiros, conseguiu vencer as forças oficiais. Em seguida os revoltosos formaram uma coluna de cinco mil homens que avançou até as portas de Fortaleza. Na capital cearense, as tropas do Exército e da Marinha assistiram impassíveis à derrota de Franco Rabelo. O governo federal decretou estado de sítio e interveio no estado, nomeando como interventor o general Fernando Setembrino de Carvalho. Após o fim da revolta, Juazeiro foi elevado à categoria de cidade.
Fontes:
Verbetes Revolta da Chibata, Guerra do Contestado, Sedição de Juazeiro. Alzira Alves de Abreu (coord.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro da Primeira República (1889-1930). Disponível em: http://cpdoc.fgv.br
Segundo Governo Vargas (1951-1954)
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Música de campanha de Getulio Vargas, “Nós queremos”. Composição: Jair Gonçalves e Luís Carlos Silveira. Intérpretes: Ernani Ayrosa da Silva e Luiz César e sua Orquestra. [Fonte: CPDOC (GV disco 009)]