MOVIMENTO NACIONALISTA BRASILEIRO
Organização criada em junho de 1957 no Rio de Janeiro, tendo por objetivo mais geral lutar pela independência econômica do Brasil. Liderado por parlamentares, dirigentes estudantis e sindicais, o Movimento Nacionalista Brasileiro (MNB) não logrou contudo se estruturar organicamente.
A criação do MNB em nível nacional foi precedida pela fundação do Movimento Nacionalista Brasileiro-seção Minas Gerais em março de 1957, por iniciativa do deputado federal Gabriel Passos. Segundo Passos, o movimento de Minas serviria de base a outras iniciativas nos demais estados.
Entre as reivindicações do movimento destacavam-se a defesa da indústria nacional, o livre comércio do Brasil com todos os países do mundo, a defesa intransigente da Petrobras, uma política externa independente, a reforma agrária e a defesa da soberania nacional. Em relação a este último ponto, o MNB empreendeu uma campanha nacional visando mobilizar a opinião pública contra a instalação de uma base militar norte-americana na ilha de Fernando de Noronha.
Os parlamentares que participavam do movimento eram — na sua quase totalidade — integrantes da Frente Parlamentar Nacionalista, organização interpartidária criada no final de 1956 ou início de 1957. Incluíam-se entre eles os deputados Frota Moreira, Josué de Castro, Dagoberto Sales e Abguar Bastos. Os coronéis da Aeronáutica Anderson Mascarenhas, Francisco Teixeira e Salvador Correia de Sá e Benevides, e os coronéis do Exército Nélson Werneck Sodré e Oscar Bastos eram os militares mais atuantes do MNB.
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) também tomou parte do movimento, tendo-se oposto à transformação deste em partido político. Essa proposta, aliás, não encontrou maior ressonância, visto que os parlamentares que integravam o movimento dependiam das bases eleitorais ligadas aos seus partidos de origem.
Em agosto de 1961, o MNB foi um dos signatários de um manifesto ao povo brasileiro, conclamando-o a exigir a imediata investidura de João Goulart no cargo de presidente da República, deixado vago pela renúncia de Jânio Quadros. Em novembro daquele mesmo ano, o movimento participou da criação da Frente de Libertação Nacional, organização articulada por Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul.
O Movimento Nacionalista Brasileiro lançou vários livros, como a Antologia nacionalista (1958) e Estudos nacionalistas, de Osni Duarte Pereira, publicados pela Editora Fulgor, de São Paulo.
FONTE: Semanário, Rio (7/57).